quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Fungos Clínicos


- Micotoxicose NÃO é sinonimo de micose. A Micose é a infecção por fungos, enquanto a micotoxicose é a ingestão ou inalação de um fungo que produz produtos tóxicos ao organismo humano. Isso resulta em um quadro de intoxicação por susbtâncias orgânicas.

Tipos de Micoses

- Superficiais: Colonizam as camadas mais superficiais da pele, incluindo pelos. Provocam alterações estéticas.
A) Pitríase Versicolor: Causado pela Malassezia furfur. Caracterizado por lesões acrômicas ou hiperpigmentadas, com bordas delimitadas, localizadas no couro cabeludo, tórax, abdome, pescoço e face, principalmente. O tratamento é feito com Sulfeto de Selênio. Cresce em Ágar Dixon.
B) Tinha Negra: Causado pela Exophiala werneckii. É um fungo dimoórifco que produz melanina, conferindo uma coloração marrom à lesão. Normalmente assintomática, e as manifestações clínicas consistem em lesões maculares bem demarcadas que são elevadas acima da superfície. Essas lesões são mais comuns em palmas das mãos e dos pés.
C) Piedra
. Negra: Infecção nodular dos fios de cabelo causada pela Piedra hortae
. Branca: Infecção por Trichosporon beigelli. Manifesta na forma de nódulos amarelados, maiores e de consistência mais mole nos pelos. O tratamento é feito pela aplicação de antifúngicos tópicos. A doença é associada a falta de higiene do paciente.

- Cutâneas: Localizam-se na epiderme mais profunda, e incluem doenças invasivas dos pelos e unhas. Os DERMATÓFITOS causam essas doenças.
. Trichopyton
. Microsporum
. Epidermophyton
As manifestações clínicas são conhecidas como Tinea. Elas são máculas eritematosas, descamativas, em anel e prugirinosas.
Nomenclatura: Tinea pedis (pés) Tinea capitis (couro cabeludo, pode causar a redução dos cabelos no local), Tinea manus (mãos), Tinea unguium (unhas) e Tinea corporis (no corpo).
Há também a Tinea Cruris. Ela é mais frequente em homens e ocorre principalmetne na época de verão. É geralmente resultado da contaminação dos fungos nos pés, e, no verão, o uso de sungas apertadas favorece o crescimento do fungo. É encontrado na região inguinocrural.
O tratamento consiste na utilização de imidazolíticos, como o cetoconazol, miconazol, fluconazol e Itraconazol.
B) Dermatomicoses causadas por Cândida: Ocorrem pela contaminação por Candida albicans. Causam lesões na pele, pelos, unhas e mucosas de indivíduos com fatores presidponentes (obesidade, diabetes, uso prolongado de antibióticos ou glicocorticóides)

- Subcutâneas: Os fungos que provocam essas micoses normalmente residem no solo. São capazes de penetrar na pele por inoculação traumática com material contaminado. Em geral as lesões tornam-se granulomatosas e propagam-se lentamente a partir da área de implantação. Essas infecções afetam a derme, tecidos subcutâneos e músculos. Se disseminam por meio da via linfática.
A) Esporocitose: infecção crônica caracterizada por lesões nodulares e ulcerativas que se desenvolve nos vasos linfáticos. Os nódulos se rompem e liberam exusdato purulento. Conhecida como doença do jardineiro e floricultor.
Agente etiológico: Sporothrix sp.
É um fungo encontrado no solo, roseiras e arbustos.
Surge como uma pequena pápula ou nódulo subcutâneao que se desenvolve entre 1 semana e 6 meses. Posetiormente atinge o sistema linfático.
O tratamento é feito com derivados de Imidazolíticos, e quando a infecção assume caráter sistêmico, o tratamento é intrahospitalar com Anfotericina B.
B) Cromoblastomicose: Crescimento de nódulos verrucosos que aparecem nos locais de inoculação. Com o tempo assume o aspecto de couve-flor. Os pontos engrandeciso são locais par a coleta.
Agente etiológico: Fonsecacea sp.
É uma doença de trabalhadores rurais, principalmente nas áreas descobertas do corpo. O tratamente consiste na cauterização e remoção cirurgica das lesões iniciais. Na doença avançada é necessário o uso de quimioterápicos.

- Sistêmicas: Todos os fungos que causam infecções sistemicas são dimórficos. Em meios de culturas simples e na natureza formam colônias micelianas. Nos tecidos e meios de culturas especiais desenvolvem na forma de leveduras, que é a forma parasitária. Localizam-se nos órgãos internos e visceras podendo abrangir tecidos diferentes. Há preferência pelos pulmões.
A) Paracoccidiodomicose (PCM): Causado pelo fungo Paracoccidioides sp.
Geralmente a porta de entrada é pelas vias nasais, porém, pode entrar devido a pequenos ferimentos produzidos por agentes de natureza vegetal.
Coloniza mais homens que mulheres, uma vez que a síntese de proteínas durante a transformação de fases é inibida pela presença de hormônios femininos.
Aspectos clínicos:
. Aspecto radigráfico do pulmão em asa de borboleta.
. Presença de vesiculas no sulco gengival
. O 1o órgão acometido é o pulmão. O 2o é a mucosa bucal.
. Única micose pulmonar que atinge o imunocompetente.
O diagnóstico é feito pelo exame direto da amostra (screções, pús etc) e observando o aspecto de criptoesporulação da bactéria.
RIFD e ELISA - Controle da remissão clínica. Imunoeletroforese e Fixação do complemento - Evolução e controle de cura.
O tratamento se dá uno uso prolongado de Itracozanol, muitas vezes associado com o Sulfametoxazol e Trimetropim.
O paciente deve ser acompanhado clinica e laboratorialmente durante toda a vida.
B) Blastomicides:  Causado pelo fungo Blastomyces dermatitis
É frequnte em homens entre 30 a 60 anos de idade e negros.
Atinge os pulmões e a disseminação pode atingir a pele, ossos, e outros órgãos.
Pode ter uma evolução aguda ou crônica.
O diagnóstico é feito através da amostras (escarro, tecidos e etc)
C) Histoplasmose: Causado pelos fungos Histoplasma capsulatum (Clássica) ou Histoplasma capsulatum var. duboisii (africana)
Comprometimento predominantemente pulmonar, além de afinidade pelo Sistema Retículo Endotelial (SER)
A sua disseminação é pela via hematogênica.
Esse fungo é encontrado em galinheiros, cavernas, sótãos e outras construções velhas e abandonadas.
Reservatório: Morcegos, Galinhas, Ratos, Cães e Gatos.
Atinge o hospedeiro imunocompetente.
É geralmente assintomática, e regride espontaneamente.
O diagnóstico possui uma visualização difícil pelo tamanho reduzido do fungo.
Deve-se fazer uma cultura de diagnóstico para ter certeza. A cultura será filamentosa. Possui macroconídeo de superfície lisa e mamilonada.
Quando tituladas servem para acompanhamento terapêutico.

- Coccidioidomicose: Coccidioides immitis
Vive em zonas desérticas e semiáridas.
É predominantemente pulmonar, porém pode atingir outros órgãos. Raramente possui disseminação hematogênica.
No exame direto é visto um elemento arredondado com parede espessa e tamanho variável. Para diagnóstico imunológico pode-se usar um teste intradérmico ou imunodifusão.
Raio X do tórax pode ser feito também.
O tratamento pode ser feito com Anfotericina B, Miconazol, Cetoconazol, Fluconazol, Itraconazol.


- Oportunistas: Muitas vezes ocorrem em ambientes hospitalares. Pacientes transplantados, usuários crônicos de glicocorticóides e HIV positivos merecem atenção especial nesses casos.
Candidose: Boca. 
. O principal sinal é a formação de uma placa esbranquiçada sobre a língua que pode ser facilmente retirada com um pedaço de algodão. Em alguns casos pode ocorrer a forma eritematosa na qual surgem lesões na boca do paciente. O tramaneto pode ser feito com Nistatina, anfotericina e derivados imidazólicos.
Candidíase: Demais infecções.
Agente: Candida albicans
Há também a candidíase mucocutânea, de manifestação rara e não invasíva, embora persistente. Ocorre na mucosa dos cabelos, pele e unhas. Crianças com defeitos nas células T podem se tornar alérgicos a Candida, tendo que fazer uso de antifungicos intermitentes.
Candidíase disseminada: Pode ser resultado de cateteres intravasculares. A disseminação hematológica alcança quase todos os órgãos.
Tratamento da Cândida: Cetoconazol e fluconazol.
Para cândida não albicans: Itraconazol.
Anfetericina: Muitos efeitos colaterais, mas é um bom antifúngico.



OUTROS

A) Criptococose
 O agente etiológico é o Cryptococcus neoformans 
Um fungo leveduriforme que possui uma cápsula espessa de polissacarídeos complexos ao redor de sua parede celular.É um microrganismo euribionte, uma vez que o criptococo é transmitido pelas fezes dospombos. Curitiba é certamente uma cidade com uma população densa dessas aves,portanto é uma importante questão de saúde pública que merece atenção especial.No pombo o fungo é inativo, pois a cápsula de carboidrato não se desenvolve nointerior da ave. Quando a levedura chega ao organismo humano, a cápsula se desenvolve apartir dos carboidratos do nosso metabolismo (é um fator de patogenicidade, junto aprodução de melanina e enzimas). Por fim, e o fungo adquire sua verdadeira forma ativa einfectante. A inoculação geralmente é pulmonar e assintomática. Esse fungo tem tropismopelo SNC (vem dos pulmões por via hematogênica). Pode fazer meningite criprocóccicaquando atinge as meninges. Acredita-se que o criptococo possa atravessar a barreirahematoencefálica via infecção de monócitos e/ou células endoteliais. Essa forma demeningite é responsável pela morte de muitos pacientes com AIDS e outrosimunocomprometidos na imunidade celular. A resposta imunológica do hospedeiro se fazpela ativação dos linfócitos CD4 e produção de IFN-γ
.No entanto alguns pacientes imunocompetentes são acometidos também, porémnuma porcentagem bem menor e com sintomas mais brandos, além de terem uma curamais rápida e eficaz.Nos casos de meningite criptocóccica, a levedura pode ser demonstrada no líquidocérebro-espinhal. A identificação também pode ser feita pela detecção do antígeno no testede aglutinação em látex, usando látex recoberto com anticorpos específicos.O tratamento engloba uma combinação entre anfotericina B e flucitosina, e pode sermonitorado pela queda na concentração de antígenos no LCE. O prognóstico varia muito deacordo com a doença de base do paciente; nos pacientes severamenteimunocomprometidos, a mortalidade gira em torno de 50%. Nos pacientes com AIDS épraticamente impossível erradicar o microrganismo, mesmo com a terapia intensiva.Pacientes com leucemia, linfomas, LES, linfoma de Hodgkin ou sarcoidose merecematenção especial também.

B) Histoplasmose: Doença das Cavernas, Doença dos EspeleólogosO agente etiológico é o fungo dimórfico Histoplasma capsulatum 
Este fungo cresceem áreas contaminadas com excretas de morcegos e aves. Embora as aves não sejaminfectadas, ocorre infecção natural nos morcegos. O fungo pode ser encontrado em porões,áreas escuras, torre de igreja, etcA doença ocorre no mundo todo. Na maioria dos casos é assintomática. Nos casossintomáticos observam-se sintomas clínicos de pneumonia aguda, seguidos com menorfreqüência de doença disseminada progressiva.Os esporos ou fragmentos de hifas são aspirados nos alvéolos e estes sãofagocitadas pelos macrófagos alveolares e em seguida convertidos em leveduras (sãocapazes de se replicar dentro dos macrófagos). Nos imunocompetentes os macrófagoscontrolam a infecção eliminando as hifas. No imunocomprometido a infecção prossegue.Com o tempo ocorre dissiminação linfática. Trata-se de um fungo altamenteinfeccioso que causa infecção pulmonar aguda, porém benigna em pessoas saudáveis.Culturas de sangue, de medula, de escarro e de LCR podem conter Histoplasma 
No paciente suspeito, mas a biópsia e o exame histológico da medula, fígado e de linfonódos são, muitas vezes, necessários para chegar a um diagnóstico definitivo.









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