ANEMIAS HEMOLÍTICAS
Membrana Eritrocitária
As proteínas podem ser:
• Transmembranosas ou integrais que
atravessam a membrana lipídica da porção externa até a parte interna, onde se
relacionam com as proteínas que formam o citoesqueleto
• Glicoforina A - carga negativa – impede a aglutinação
• Banda 3 - canal transportador de ânions e água e fixa a membrana ao citoesqueleto
através de ligação importante com a ankirina e a espectrina que são proteínas
do citoesqueleto.
Interiores ou periféricas – são as
proteínas localizadas na parte interna, base da camada bilipídica e constituem
o citoesqueleto
- espectrina α e
β : sustentação, estabilização - anquirinas
(banda 2.1, 2.2 e 2.3)
- banda 4.1 e 4.2
- dermatina (proteína
4.9),
- Aducina
- Actina (proteína
banda 5) e - tropomiosina (banda 7)
- Alterações dos componentes da membrana (lípides e proteínas) podem
provocar mudança de forma e conseqüente diminuição da resistência aos
traumatismos que os eritrócitos sofrem constantemente na circulação. Em
conseqüência, ocorre aumento da destruição das células e anemia do tipo
hemolítico
Metabolismo energético dos eritrócitos
• Vida média do eritrócito: 120
dias
• Ausência de núcleo e mitocôndrias
• Degradação da glicose plasmática:
sobrevida e manutenção energética
Manutenção do(a):
• Arcabouço celular (forma
bicôncava)
• Equilíbrio iônico intracelular (controle bomba Na, K e Ca) • Citoesqueleto
(capacidade de deformação)
• Hemoglobina funcional (evita excesso de oxidação –
corpúsculos de Heinz)
• Fosfolipídios da membrana (forma)
• Síntese da
glutationa (anti-oxidante, ↓metahemoglobina)
A hemólise se dá por quatro
principais fatores:
I- Anormalidade na membrana das
hemácias
II - Anormalidades das enzimas
eritrocitárias
III - Anormalidades da hemoglobina
IV - Fatores extrínsecos as
hemácias
CAUSAS COMUNS DE ANEMIA HEMOLÍTICA
Anormalidades das enzimáticas eritorcitárias ⇒
#
Glicose-6-fosfato-desidrogenase
# Piruvato quinase
Anormalidades da membrana ⇒ #
Esferocitose hereditária # Eliptocitose hereditária (Ovalocitose)
Anormalidade da hemoglobina => # Hemoglobinopatias
(SS/SC/Talassemia - S)
ADQUIRIDA
CAUSAS COMUNS DE ANEMIA HEMOLÍTICA
Fatores extrínsecos
• Induzida por anticorpos ⇒ #
Hemólise auto-imune # Reação transfusional
• Ruptura mecânica ⇒ #
Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
• Causada por agentes biológicos => # Malária
Classificação
Anemias hemolíticas por defeito corpuscular
• Defeitos de membrana
eritrocitária
• Defeitos enzimáticos
• Defeitos de síntese da hemoglobina
Anemias hemolíticas por defeito
extra-corpuscular
Anemias hemolíticas imunológicas
-auto-imunes
- por aloimunização
-provocadas por drogas
Anemias
hemolíticas não-imunológicas
- de causa mecânica - de causa
tóxica
- de causa infecciosa
Diagnóstico Laboratorial Geral
- Diminuição da hemoglobina
- Anemia normocítica/normocrômica ou hipocrômica/macrocítica ou
microcitose /hipercromia se for esferocitose
- Reticulocitose
- Diminuição da haptoglobina (proteína
que quebra hemoglobina em heme e globina)
- Aumento DHL (Ocorre aumento sérico
após lise celular)
Se anemia for hemolítica auto-imune
- Coombs direto (detecta anticorpos ligados a superfície das hemácias)
- Pesquisa de auto-anticorpos
- Titulação de aglutininas
Esferocitose Hereditária
- Anemia microcítica e
normocrômica (apesar de estar concentrada).
- Causada devido a defeitos heterogêneos na composição protéica da
membrana, que pode envolver deficiência ou disfunção de espectrina, anquirina,
banda 3 e proteína 4.2.
- A deficiência de proteínas da membrana => perda de
vesículas de lipídios, colesterol => perda de superfície da membrana =>
esferócitos
Na esferocitose as hemácias menos
deformáveis não atravessam os cordões esplênicos facilitando a retenção dos
eritrócitos e fagocitose pelos macrófagos do baço
Diagnótico Laboratorial
- Hemograma VCM normal, CHCM aumentado - LDH
aumentado
- Ferrocinética
alterada
- Coombs
negativo
- Aumento da bilirrubina indireta - Aumento de reticulócitos
- Teste de fragilidade osmótica
alterado - Esferócitos
no sangue periférico
- Diminuição dos níveis de haptoglobina
- O tratamento para a patologia em questão seria a realização de uma
esplenectomia, porém, esse procedimento só é recomendado para pacientes acima
de 5 anos de idade. Outro tratamento que também é feito, e a reposição de ácido
fólico.
Complicações
- Cálculo biliar
- Anemia aplástica
- Anemia megaloblástica (aumento da necessidade )
- Retardo no desenvolvimento físico
- Hematopoese extramedular
- Sobrecarga de ferro
Eliptocitose Congênita
- Hemácias elípticas e anemia hemolítca de gravidade variável
- Caucasóides 1/3000 hab. e 0,6% dos negros da África Equatorial
- Herança autossômica dominante Defeito molecular de três categorias:
- Defeito na auto-associação dos heterodímeros de espectrina
- Defeitos na proteína 4.1
- Deficiência de glicoforina C
Hemograma mostrando VCM diminuido CHCM aumentado
TRATAMENTO:
- Esplenectomia nos casos moderados a graves , sendo evitada em crianças
abaixo de 5 anos
Piropoiquilocitose
Etiopatogenia:
Defeito de membrana da proteínas
espectrina, com formação de heterodímeros entre as espectrinas alfa e beta
Diagnóstico diferencial:
Teste de sensibilidade térmica:
- Fragmentação das hemácias normais(10 min à temp. de 49oC)
- Na piropoiquilocitose (10 min à temp de 45oC)
TRATAMENTO:
- Esplenectomia também é indicada após os 5 anos de idade
Acantocitose Congênita
- Também conhecida por abetalipoproteinemia-ocorre por defeito genético
recessivo autossômico em que existe falta de síntese de um lipídeo-
apolipoproteína B
QUADRO CLÍNICO:
- Quadro neurológico
- Hipolipidemia e distúrbio de síntese da membrana dos eritrócitos dando
origem à acantocitos
TRATAMENTO:
- A hemólise pode ser controlada com a ingestão de vitamina E, que atua
como antioxidante
Hemoglobinúria Paroxística Noturna
HPN – Distúrbio crônico raro
adquirido, nas células tronco. Origina-se da perda somática, ligadas ao
fosfatidil-inositol da
membrana celular
Há
susceptibilidade exagerada á lise pelo complemento
QUADRO CLÍNICO
- Urina escura, em geral pela manhã, já que a hemólise é maior no período
noturno
- Doença clonal- clone de células
eritrocitárias anormais
- Hemossiderinúria
DIAGNÓSTICO:
- Teste de Ham – hemólise em meio acidificado
- Teste da sacarose
- Citometria de fluxo anti-CD59,
anti-CD55, anti-CD13
TRATAMENTO:
- Paliativo – transfusões
- Curativo – Transplante de Medula
Ossea alogênico , nos casos
graves
Anemias Hemolítica Corpusculares por Defeitos
Enzimáticos
- Ocorrem por diminuição das enzimas que atuam no metabolismo da glicose
Podem ser divididas em três
grupos:
- Deficiência na via Embden-Meyerhoff – esgotamento energético prematuro e
hemólise
- Deficiência de glicose-6-fosfatodesidrogenase (G-6PD) - anomalia no
shunt ou via das pentoses
- Deficiência de piruvatoquinase (PK) - anomalia na via da glicólise
anaeróbica
Deficiência de Glicose-6-fosfato desidrogenase
(G6PD)
- Anormalidade na via das pentoses
- Forma-se quantidade insuficiente de glutation reduzido
- Ingestão de drogas oxidantes leva ao acúmulo de maior quantidade de
meta-hemoglobina (hemoglobina oxidada)
- O gen responsável pela expressão de G-6PD está no cromossomo X (doença
ser ligada ao sexo masculino). Nas mulheres apenas um dos cromossomos é
inativado, podendo a G-6PD estar deficiente ou normal
Quadro Clínico
- Surtos de hemólise desencadeados por infecções
ou ingestão de drogas
oxidantes, feijão é um alimento que também desencadeia hemólise
- Favismo
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
- Dosagem de G-6PD • PCR para G-6PD
• Evitar o consumo de drogas
oxidativas(primaquina, pentaquina, sulfametoxazol, sulfanilamida,
nitrofurantoína...)
• Evitar o contato com produtos
químicos oxidantes (naftalina, nitratos e nitritos, fenilidrazina,azul-de-
toluidina...)
Deficiência de Piruvatoquinase
- Defeito na via metabólica da glicólise anaeróbica - Transmissão autossômica recessiva
QUADRO CLÍNICO:
- Hemólise crônica
- Esplenomegalia variável - Anemia de grau variável
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
- Dosagem de PK
TRATAMENTO:
• Transfusões
• Esplenectomia se
hemólise importante
Anemias Hemolíticas por defeitos Extrínsecos das
Hemácias
1. Ruptura mecânica dos eritrócitos
2. Anemias hemolíticas imunes
3. Agentes biológicos ou microrganismos
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